
Já que falei em ponte, ao trazer Taiguara ao post anterior, eis um outro nome (fundamental) da nossa música que, na passagem da década de 1960 para a de 1970, também fez as vezes de ponte entre movimentos musicais distintos. Enquanto Taiguara aproximava a poesia revolucionária do romantismo, Caetano fez as honras entre a “música brasileira” e a “música jovem”. Escrevo assim mesmo, entre aspas, porque naquele momento esses termos eram usados para opor uns aos outros, num clima de quase enfrentamento. A distância entre os artistas de cada lado era abissal. Em um corner, os que faziam o que depois passou a ser chamado de MPB, aqui incluídos os bossanovistas, os pós-bossanovistas, os sambistas, os que faziam músicas de protesto, os que enveredavam por ritmos regionais, por aí; no outro, o pessoal da Jovem Guarda, basicamente eles. Entre as duas turmas, os tropicalistas, que seguindo os ditames antropofágicos, se alimentavam de tudo, indistintamente, da sanfona à guitarra elétrica, de Carmem Miranda a Odair José, de Chacrinha a Oswald de Andrade.
Líder do movimento tropicalista, Caetano não só se tornou amigo do trio central da "música jovem" (Roberto, Erasmo e Wanderléa), como acolheu elementos do “iê-iê-iê” em seu trabalho. Aliás, fez isso por sugestão da irmã Maria Bethânia, que viu na Jovem Guarda – tida por muitos como o embrião da música pop brasileira – um caminho para arejar, para energizar a nossa “outra” música. Certa vez, Erasmo Carlos declarou que a Tropicália foi uma espécie de “jovem guarda com consequência”. O fato é que a aproximação entre Caetano Veloso e a música de Roberto Carlos, rendeu belas canções de parte a parte, como “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos”, composta por Roberto para o amigo Caetano, então no exílio em Londres, e "Baby", uma delicada e explícita declaração de amor àquela "música jovem". Com a palavra, Caetano Veloso.
Líder do movimento tropicalista, Caetano não só se tornou amigo do trio central da "música jovem" (Roberto, Erasmo e Wanderléa), como acolheu elementos do “iê-iê-iê” em seu trabalho. Aliás, fez isso por sugestão da irmã Maria Bethânia, que viu na Jovem Guarda – tida por muitos como o embrião da música pop brasileira – um caminho para arejar, para energizar a nossa “outra” música. Certa vez, Erasmo Carlos declarou que a Tropicália foi uma espécie de “jovem guarda com consequência”. O fato é que a aproximação entre Caetano Veloso e a música de Roberto Carlos, rendeu belas canções de parte a parte, como “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos”, composta por Roberto para o amigo Caetano, então no exílio em Londres, e "Baby", uma delicada e explícita declaração de amor àquela "música jovem". Com a palavra, Caetano Veloso.
5 comentários:
Essa 'Baby' é boa demais!
Beijos e bom findi!
P.S.: Torce pro Inter domingo, centenário do greNAL..rs!
Muito bom, Marcelo. A foto inclusive ficou muito melhor aqui, menor.
Vivi, até torci (mesmo sem ter visto o jogo), mas não deu. Seu time tá que nem cavalo paraguaio, na hora h, o bicho refuga :-)
Paulo, foi uma das melhores fotos do Caetano que já vi, essa que vc clicou. Pela naturalidade e pela tranquilidade que você captou da expressão dele.
Caetano é uma das figuras fundamentais da música brasileira. RC é outra, duas vertentes que acabam se misturando e ajudando a mexer o caldeirão. A foto está excelente e os vídeos também.
Beijo pra você.
Dade, o difícil pra quem como eu pretende, de forma pessoal, traçar um panorâma de 4 décadas de música, especialmente da música brasileira, é conseguir abranger tanta gente boa. Caetanos, chicos, guingas, edus, jobins, etc., gente que frequentemente atinge a genialidade naquilo que faz. Vamos ver o que consigo por aqui. Beijo procê.
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